terça-feira, 18 de março de 2008

Você tem medo de quê?

É engraçado como certos medos, verdadeiros pavores que estiveram por muito tempo presentes em mim acabaram de repente, num piscar de olhos, sem que eu percebesse. Lembro que lá pelos meus 12 ou 13 anos, eu tinha medo de acender o forno. Naquele tempo não tínhamos desses elétricos. Tinha que ligar o gás e riscar o fósforo. Nossa! Como eu tinha medo. Certa vez inventei de fazer um bolo, e na hora de assar fiz minha avó que estava doente levantar da cama para acender o forno pra mim. Durante toda minha infância e adolescência sempre fui muito medrosa. Tinha medo de subir em árvore, de andar de bicicleta, demorei para criar coragem de andar sem aquelas rodinhas. Sem falar em medo de Papai Noel, de injeção e do escuro, lembro que quando pequena, chegava a sentir falta de ar quando apagavam a luz. Também tinha medo de fantasma, mas este passou quando me levaram apara assistir uma peça de teatro e vi que o tal fantasma era apenas o meu tio vestido com um lençol branco. Fui crescendo, amadurecendo, me desfazendo de alguns medos, adquirindo outros. Como por exemplo, medo de ir sozinha nos lugares e ter que falar com estranhos, de dizer o que pensava, medo de ser eu mesma. Hoje posso dizer que me tornei uma pessoa corajosa, não tenho medo de defender as minhas idéias e até brigar por elas se for preciso, tampouco medo de demonstrar o que sinto, embora isso me cause dor e sofrimento algumas vezes. Mas confesso que as agulhas ainda me apavoram, e quando avisto um ser vestido de Papai Noel na rua, sigo em direção contrária.

3 comentários:

Me, Myself and I disse...

Fer ,

Na verdade , nada como uma vida bem vivida , com todos os degraus e obstáculos , para nos fazer crescer .
Nossos medos se reciclam, uns acabam e outros vem no lugar deles , cada fase de nossa vida , estamos vulneráveis á algum tipo de medo.
O único medo que nos assola sempre desde que nascemos, até o dia que nos formos é sem dúvida o medo da solidão , mais do que isso a solidão contida , o vazio que é impossivel de preencher com qualquer coisa .

Beijo

Artsy-Fartsy disse...

Olha, gente, aquele livro que a Gê e o Beto vão escrever, e eu aceitei prefaciar, é melhor colocar a Dra. Repolha para ser autora, também.
Esta postagem, mais o comentário do Sr. Respira-Poesia (Betaço) estão sensacionais. Delícia ler e reler!

Ana Paula Siqueira disse...

Me reconheci na tragetória de seus medos.. o bom é que eles vão embora, né? srrs
Eu acabei de vencer mais um, que era o da anestesia geral.. acabei de passar por uma cirurgia e sobrevivi à ela e ao medo tremendo dela rsrssr.. menos um!!Aleluia!!
Há dez anos descobri o quanto o medo me travava.. resolvi romper com todos ( ou a maioria deles).. hoje ninguém me segura rsrs fiquei até valente demais.. acho que o risco hoje é maior hehe coragem demais pode ser perigoso.. mas meu maior medo é de ter medo de novo ;)
Um dos maiores medos que tinha era de escrever.. acho que esse ficou lá atrás rsrs
Parabéns pelo blog!!
Adorei!!
Te achei no post de Ricardo Soares que cita você.. meu amigo sabe das coisas.. se ele indica, vou sem medo!!!
Boa semana para você!
Abraços