quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Clarice Lispector

2 comentários:

Anônimo disse...

COMENTAR ALGO SOBRE CLARICE LISPECTOR, SERIA NO MÍNIMO UM DESAFORO DA MINHA PARTE, só posso dizer, que não queria me entender nenhum pouco , a fim de ter uma saudavel ignorância.

Georgia disse...

Pois é, tenho que concordar com Fernando: ignorância, às vezes, é uma benção!!!